Homenagem-à-Lulu-Santos
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LULU SANTOS - INÍCIO DA CARREIRA |
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Lulu Santos (Luís Maurício Pragana dos Santos) |
Luís Maurício Pragana dos Santos nasceu no dia 04 de maio de 1953, em
Copacabana, no Rio. A profissão do pai da aeronáutica- obrigava a família a
constantes mudanças. Aos 3 anos de idade, Lulu (como sempre foi chamado), viaja
para São Paulo: aos 5, embarca para IIIinois, Estados Unidos.
A curta estada na América - cerca de um ano- deixa pelo menos duas
marcas: o aprendizado de uma segunda língua e o início do seu envolvimento com
a música, através dos discos comprados pelo pai. " Foi lá que ouvi, pela
primeira vez, um disco estéreo."
Na escola, porém, Lulu demonstra outra inclinação: a pintura. Com 12
anos, dedica-se à reprodução - a guache- das obras dos grandes pintores. Ao
mesmo tempo, sente um interesse cada vez maior por aquele som que conhecera nos
Estados Unidos: o blues e o rhythm!n!blues. "Amo blues e rhythm!n!blues
desde moleque. Aos 10, 11 anos, eu cantava Wilson Pickett, Otis Redding, Arthur
Conway..."
Entre os 12 e 13 anos, Lulu troca os pincéis pela guitarra e forma seu
primeiro conjunto, que passa a animar as domingueiras dos clubes cariocas. O
repertório, invariavelmente, inclui canções dos maiores idolos do adolescente
Lulu: Jonh Paul, George e Ringo. " Os Beatles eram meu país, minha
religião, minha família.
Final da década de 60: época do flower power, da liberação sexual, da
contracultura e dos hippies. Lulu Santos não deixa por menos. Aos 17 anos,
abandona o último ano colegial, sai de casa com uma mochila nas costas e vai
para a estrada - dando um fim aos planos do pai, que queria Lulu na carreira militar. É um período
conturbado marcado por relações "promiscuas" com as pessoas do seu
grupo e uma total alienação. Frustrado, Lulu desiste de ser hippie e decide
prosseguir sua verdadeira vocção: a música.
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Lulu no solo |
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Lulu Santos no vocal |
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Lulu Santos - Nova fase |
Aos 19 anos, forma seu primeiro grupo "sério", o Veludo
Elétrico.
Em menos de um ano, Lulu deixaria o Veludo para fundar, ao lado do
baixista Fernando Gama, o Vimana. A estréia da nova banda -que tem ainda
Candinho na bateria e Luís Paulo nos teclados - acontece em 74, abrindo para Os
Mutantes e O Terço. Alguns meses depois, o grupo ganha dois novos integrantes:
Candinho é substituido por Lobão e Fernando Gama deixa a vaga aberta para a
entrada do flautista e cantor Ritchie. No então sombrio panorama do rock
nacional - confinado ao circuito underground e ignorado pelo grande público -,
o Vitmana é um dos destaques, com seu rock progressivo inspirado no Yes e suas
letras em inglês. Chegam a gravar um LP independente, que acaba não sendo
lançado. Em vez disso, sai um compacto, "Zebra", pelo selo
independente Sigla, em 76. Após o
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Grupo Vimana |
lançamento, o grupo se dissolve.
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O Vimana (76) Luiz Paulo,Lobão, Fernando Gama, Lulu e Ritche |
Lobão vai
para a Blitz, Ritchie ensaia sua carreira solo e Lulu decide começar tudo da
estaca zero, convencido de que ainda não encontrou seu som. "O Vitimana
era um hibrido de nada com coisa nenhuma. A essência do rock é tribal, física,
não tem nada de cerebral.
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Lulu com a esposa na época |
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Lulu de todos os ritimos |
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Lulu direto pro mundo |
O primeiro LP, Tempos Modernos, sai, finalmente, em 82. “De Repente Califórnia”, que já ficara popular na voz de Ricardo Graça Mello – ator principal do filma Menino do Rio, de Antonio Calmon, do qual a canção é tema – ganha as rádios na voz de Lulu. “Tempos Modernos” e “Não Vá Para Nova Iorque” seguem o mesmo caminho. As baladas pop, aliadas às letras românticas de Nelson Motta, Antonio Cícero e Fausto Nilo, entre outros parceiros, têm aceitação imediata por parte do público mas as 50 mil cópias de Tempos Modernos são apenas um prenúncio do que viria a seguir.
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Lulu Santos novo visual |
Em abril de 84, Lulu Santos está nos estúdios Eletric Lady, em Nova York,
mixando o novo LP, Tudo Azul. Gravado em apenas 20 dias, o disco traz algumas
surpresas, como a regravação de “Calhambeque”, um dos maiores sucessos da Jovem
Guarda, e participação de Erasmo Carlos e Rita Lee na faixa “Ronca Ronca”, uma
homenagem aos roqueiros com mais de 30 anos.
No auge da popularidade, com quatro hits estourados nas rádios, Lulu é
convidado a participar do Rock In Rio. O desafio é duplo: conseguir marcar
presença tocando ao lado de astros como Nina Hagen e Rod Stewart e, ao mesmo
tempo, superar os problemas de uma organização voltada exclusivamente para os
músicos de fora. “ Foi a pior experiência da minha vida, uma das coisas mais
opressivas por que passei”, diria o cantor após ser forçado a deixar o palco
móvel da cidade do rock – colocado em movimento quando ele se preparava para mais
um bis. O saldo, porém, é positivo: o tape da Globo apresentado dias depois,
registra a verdadeira dimensão do sucesso de Lulu, com milhares de pessoas
entoando o quase hino “Tempos Modernos”.
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Lulu Santos o último romântico |
O ano de 85 é também o de Normal, o mais elogiado – e vendido – LP do
cantor. Dessa vez, ele faz tudo praticamente sozinho: além de cantar e tocar
guitarra, encarrega-se do baixo, dos teclados e dos efeitos eletrônicos,
assumindo ainda a produção, antes a cargo de Liminha. (Lulu já produzira,
anteriormente, os LPs Televisão, dos Titãs, e o Melhor dos Iguais, do grupo
paulista Premeditando o Breque.) O pop radiofônico que dominava os trabalhos
anteriores dá lugar a um som mais pesado e básico. É a face “roqueira” de Lulu,
calçada nos anos 60 – as referências vão dos sons orientais de “Atualmente” à
capa de inspiração psicodélica. Normal é ainda o último disco de estúdio do
cantor pela WEA – que lançaria uma coletânea de hits, em 87.
Lulu, o primeiro lançamento de RCA, retoma a linha anterior a Normal,
abrindo espaço, porém, para inclusão de outros gêneros – como o reggae de “Demon”
(cantada em inglês) ou o rock básico de “Ro-que-se-dane” (Junte as Sílabas e Forme Novas Palavrinhas), vetada pela censura. Músicas
como "Minha Vida", "Condição" e, principalmente "Casa" colocam Lulu de volta nas paradas. O sucesso é tanto que a gravadora anuncia, no início de 87, a conquista do disco de platina (250 mil cópias vendidas). Mas para espanto geral, o cantor recusa a premiação em pleno Maracanãnzinho - segundo ele, o disco de platina era uma farsa, já que o LP havia vendido até aquela data cerca de 170 mil cópias.
Hollywood Rock: três anos depois, Lulu tem a chance de se recuperar do "trauma" do Rock in Rio. Superando as espectativas, ele acaba sendo responsável pelos shows mais mais quentes do festival. Tanto no Rio como em São Paulo, o cantor limita-se a empunhar sua guitarra e correr pelo palco - é o público que canta, de ponta a ponta, todas as músicas.
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Lulu Santos no auge do sucesso |
Blues, bossa nova, funk, afoxé: em seu sexto LP, Lulu vai fundo na mistura de rítimos, jé esboçada nos trabalhos anteriores. "Toda Forma de também marca o fim das parcerias - as letras são todas de Lulu Santos, com exceção de "Ton Ton", uma cançao angolana recolhida porArthurMaia (baixista da sua banda). Um mê após o lançamento, com duas faixas -
"Toda Forma de Amor" e "A Cura" - tocando sem parar nas FMs, Lulu tem, pela primeira vez, a oportunidade de se lançar no mercado internacional, a partir de uma apresentação na noite brasileira do Festival de Moe ntreux. Na volta, inicia uma gigantesca turnê pelo Brasil, incluindo várias capitais no Norte, Nordeste e Sul, fechando com uma série de shows no interior de São Paulo. Aos 35 anos, sete LPs lançados, um carisma indiscutível, ele conta hoje com uma das platéias mais fiéis do showbiz nacional, que lota invariavelmente todos os seus shows e acaba de lhe valer mais um disco de ouro. O segredo: Talvez ele seja o último romântico...
DISCOGRAFIA
TEMPOS MODERNOS (82)
O RITIMO DO MOMENTO (83)
TUDO AZUL (84)
NORMAL (85)
LULU (86)
O ÚLTIMO ROMÂNTICO (87)
TODA FORMA DE AMOR(88)
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Lulu Santos : LP - Toda Forma de Amor - Sucesso |
"Toda Forma de Amor" e "A Cura" - tocando sem parar nas FMs, Lulu tem, pela primeira vez, a oportunidade de se lançar no mercado internacional, a partir de uma apresentação na noite brasileira do Festival de Moe ntreux. Na volta, inicia uma gigantesca turnê pelo Brasil, incluindo várias capitais no Norte, Nordeste e Sul, fechando com uma série de shows no interior de São Paulo. Aos 35 anos, sete LPs lançados, um carisma indiscutível, ele conta hoje com uma das platéias mais fiéis do showbiz nacional, que lota invariavelmente todos os seus shows e acaba de lhe valer mais um disco de ouro. O segredo: Talvez ele seja o último romântico...
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Lulu homenageia Luiz Gonzaga |
Matéria extraída da REVISTA BIZZ ESPECIAL, pela Editora Azul Agosto de1988, e editado por Marisa Adán Gil.
Material da Coleção de Revistas de Silvio Póvoas.
(blogdodesabafobrasileiro)
TEMPOS MODERNOS (82)
O RITIMO DO MOMENTO (83)
TUDO AZUL (84)
NORMAL (85)
LULU (86)
O ÚLTIMO ROMÂNTICO (87)
TODA FORMA DE AMOR(88)
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